
INSCRIÇÕES DE SIMPÓSIOS TEMÁTICOS, MINICURSOS, OFICINAS.
INFORMAÇÕES E ORIENTAÇÕES PARA A PROPOSIÇÃO DE ATIVIDADES PARA XIII SEMANA NACIONAL DE HISTÓRIA .
O evento ocorrerá entre os dias 02 e 06 de outubro de 2023. Neste período, serão realizadas conferências, mesas-redondas, sessões coordenadas (SC), simpósios temáticos (ST), minicursos (MC), oficinas, assembleia geral e atividades culturais. Pretende-se que as atividades se desenvolvam de maneira interdisciplinar e multi-institucional, isto é, buscaremos a participação de pesquisadores de diferentes áreas das Ciências Humanas e Sociais, bem como de diferentes instituições.
Nesse sentido, o evento contará com 4 modalidades de apresentações, sendo essas elencadas a abaixo:
Simpósios Temáticos: Oferecem a oportunidade de apresentação e debate de pesquisas concluídas ou em estágio avançado de desenvolvimento. O objetivo é reunir pesquisadoras e pesquisadores cujos temas de investigação dialoguem, proporcionando um momento profícuo de reflexões teóricas sobre sub-temas específicos relacionados à temática geral da Semana;
Sessões Coordenadas: é formada pelas comunicações livres inscritas no evento, isto é, as que tratam de temas não relacionados à temática geral da Semana ou as que não se identificam com as propostas dos Simpósios Temáticos.
Minicursos: desenvolvidos em uma curta duração, busca discutir um assunto específico, no qual permite aos discentes aprenderem sobre uma temática de interesse e terem uma visão ampla do assunto. Assim, serão aprovados minicursos oferecidos por docentes do CFP/UFCG e de outras IES, pós-graduandos, professores da rede de ensino e pesquisadores;
Oficinas: é uma metodologia que busca a formação coletiva, promove a interação entre os participantes, permitindo por meio das trocas de saberes construir novos conhecimentos sobre um saber inacabado, bem como utiliza-se de diferentes metodologias para a reflexão e discussão de um determinado tema de interesse do grupo. Logo, serão aceitas oficinas oferecidas por docentes do CFP/UFCG e de outras IES, pós-graduandos, professores da rede de ensino e pesquisadores;
INSCRIÇÕES ENCERRADAS
SIMPÓSIOS TEMÁTICOS
ST 01: HISTÓRIA, CULTURA E SENSIBILIDADES NO SERTÃO
Coordenador:
Me. Roberto Ramon Queiroz de Assis
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
Desde as últimas duas décadas do século XX, é crescente o número de pesquisas no campo da História Cultural. As mudanças epistemológicas vem reorientando o olhar do historiador para o campo das sensibilidades, das maneiras de sentir, de ver e ler a experiência humana no tempo. Portanto, este simpósio temático reivindica o imperativo de que a história se faz com sensibilidades! Buscamos reunir pesquisas em andamento ou concluídas que estejam comprometidas com a perspectiva da História Cultural e das novas sensibilidades socioculturais, bem como as formas de representar-se e dar sentido a si, ao outro e ao mundo. São bem-vindos trabalhos que versem sobre as diversas práticas socioculturais no sertão; história das emoções e das sensibilidades; memória e história oral; estudos sobre os corpos, a doença, a saúde, as práticas populares de cura; pesquisas que tratam das experiências humanas no sertão em sua dimensão sociocultural.
Palavras chaves; História cultural; Sensibilidades; sertões;
ST 02: História, Historiografia e Memórias dos Sertões
Coordenadores:
Prof. Dr. Francisco Firmino Sales Neto (UFCG)
Prof. Dr. Joel Carlos de Souza Andrade (UFRN)
Prof. Dr. Durval Muniz de Albuquerque Júnior (UEPB)
Profa. Dr. Ewerton Wirlley Silva Barros
Este simpósio temático pretende congregar trabalhos que busquem discutir os sertões como um espaço construtor de identidades e suas múltiplas composições historiográficas e histórico-culturais. É com esta preocupação que aceitaremos trabalhos que tratem de questões relacionadas aos seguintes temas: conceitos, historiografias, memórias e biografias, tradição e folclore, cancioneiro, poesia e literatura de cordel, literatura regionalista e outras que fogem a este rótulo, seca e água, mitologias e crenças, amores, espertezas, bandidos, heróis e anti-heróis na tessitura poética (no sentido de gerar, criar, produzir) do espaço-sertão. Estas artes de nomear, pensar, visualizar, enredar, crer e compor tornam os sertões um espaço privilegiado para gerar outras sensibilidades e relações perante o outro.
Palavras-chaves: sertões; história; memória; historiografia.
ST O3- Os processos de conquista dos sertões da América portuguesa: conflitos, resistências e territorialização (séculos XVI-XIX)
Coordenadoras:
Prof.a Dra. Ana Lunara da Silva Morais (UFCG)
Prof.a Dra. Patrícia de Oliveira Dias
Entre os séculos XVI e XIX, a América Portuguesa passou por grandes mudanças estruturais. A Coroa Portuguesa, para consolidar seu controle nos diversos sertões, transplantou uma série de instituições políticas, econômicas, sociais, religiosas e de rituais administrativos que buscaram conferir um sentido de unidade ao seu Império. Dito isso, convidamos pesquisadores e pesquisadoras para este Simpósio Temático com o intuito de discutir sobre os processos de conquista e ocupação dos sertões na América Portuguesa, bem como os diversos conflitos que promoveram ou foram consequência do avanço da colonização sobre os sertões. Assim, serão acolhidas pesquisas que discutam as seguintes temáticas: a) a ação de indivíduos, famílias, instituições e suas redes de poder no processo de conquista e ocupação dos sertões; b) as guerras de resistência indígena nos sertões, como a chamada “Guerra dos Bárbaros”, travada pelos grupos indígenas que habitavam os sertões contra as forças luso-brasileiras; c) territorialidades e protagonismos; d) conflitos entre sujeitos, famílias, grupos e instituições nos sertões; e) atividades econômicas desenvolvidas ou relacionadas ao processo de ocupação dos sertões; f) fontes, arquivos e historiografia que promovam estudos sobre as temáticas propostas acima. O Simpósio Temático, portanto, busca discutir temáticas relevantes para o estudo da conquista e ocupação dos sertões, abrangendo diferentes aspectos da sociedade, da cultura, da política e da economia coloniais e a variedade de agentes sociais envolvidos (como indígenas, religiosos, pessoas escravizadas, conquistadores, entre tantos outros).
Palavras-chaves: América portuguesa; conflitos; resistências; territorialização.
ST 04- Ordens regulares nos sertões das Capitanias do Norte: religião, política e cultura escrita (Sécs. XVI-XVIII)
Coordenadores:
Prof.a Dra. Camila Corrêa e Silva de Freitas (UFCG)
Bruno Kawai Souto Maior de Melo
No contexto das viagens marítimas empreendidas pelos europeus globalmente a partir do século XV e das reformas religiosas europeias no século XVI, as Coroas ibéricas promoveram e apoiaram, através do padroado, o envio de inúmeros missionários de ordens regulares católicas para diferentes partes do mundo. No caso da América portuguesa, e em específico nos sertões das Capitanias do Norte, tais religiosos se dedicaram às tarefas de evangelizar gentios e cuidar da vida religiosa e espiritual dos colonos. A historiografia mais recente, porém, vem nos mostrando que os mesmos se envolveram em muitas outras atividades e se constituíram como sujeitos atuantes no processo histórico de invasão, ocupação e organização da exploração e do funcionamento do território americano como sociedade fundamentada nas leis da Coroa e na cultura católica. Este Simpósio Temático se propõe, então, a abrigar trabalhos que contemplem pesquisas iniciais ou já avançadas sobre as ordens regulares e suas interações com os variados grupos étnico-sociais que formavam uma complexa teia de poderes na América Portuguesa, a partir das dimensões da colaboração, do enfrentamento e da negociação ao longo do processo histórico de invasão, ocupação e exploração nos sertões da região entre os séculos XVI e XVIII; mas também trabalhos interessados em pensar a documentação produzida pelas ordens com o intuito de comunicar suas atividades, textos manuscritos e impressos, considerados instrumentos fundamentais para construir e divulgar a memória das missões, além de produzir importantes ferramentas que visavam integrar as estratégias dos religiosos, seja em face dos fiéis, seja em relação às outras ordens religiosas, o que acaba por revelar um complexo jogo de retórica político-religiosa.
Palavras-chaves: Ordens religiosas; Capitanias do Norte; política; cultura escrita.
ST 05-SUJEITO E ESPAÇO: O SERTÃO SOB A PERSPECTIVA DA MOBILIDADE ESPACIAL
Coordenador:
Mario Sélio Ferreira de Brito
Doutorando do PPGH – UFRN
Sertões das lutas, das sesmarias, do gado, da fé, mas também dos indígenas, do preto, do branco, do pardo e dos laços matrimoniais. Os sertões da(s) Maria(s) e do(s) Francisco(s), de naturalidades diversas, nos faz refletir sobre as idas e vindas desses sujeitos que se tornaram mecanismos modeladores para entender o sertão como lugar de identidades, memórias e forma. Assim, o presente simpósio tem como objetivo, analisar e discutir o sertão da América Portuguesa focando na mobilidade espacial dos sujeitos ao longo dos séculos. Destarte, abre-se o espaço para os pesquisadores apresentarem suas pesquisas (concluídas ou em processo de conclusão) que analisam essa temática. Assim, é de interesse deste simpósio, estudos que tratem da dinâmica espacial dos sujeitos, trajetórias, estudo de cartografia que leve em consideração a mobilidade espacial, fontes e metodologias que contribuam para tal discussão; além de outros estudos que estejam ligados a essa proposta.
Palavras-Chave: Sujeitos; Mobilidade Espacial; Sertões.
ST 06- O SERTÃO IMAGINADO E REPRESENTADO: PRÁTICAS, COSTUMES E TRADIÇÕES DO ESPAÇO MAIOR DO NORDESTE BRASILEIRO
Coordenadores:
José Ferreira Júnior
Janaina Freire Dos Santos
Afirma Pesavento (2008) não haver sociedade que viva fora do imaginário e este revela a capacidade humana de representar o mundo. A exteriorização desse imaginário se dá mediante representações, através das quais, segundo Castoriadis (1986), indivíduos e grupos dão sentido ao mundo onde vivem. O Sertão nordestino é rico em representações que revelam a existência de imaginário multifacetado, depositário de uma memória capaz de conservar certas informações que, segundo Le Goff (1996), fazem parte de um conjunto de funções psíquicas. Este Simpósio Temático acolherá textos que discorrem sobre o imaginário sertanejo nordestino e suas representações: expressões de fé, práticas morais, costumes, tradições, superstições, etc.. Abre as portas à interdisciplinaridade, sendo bem-vindas abordagens provenientes da Antropologia, da Sociologia, da linguística e da Literatura, pesquisas concluídas ou em andamento.
Palavras-Chave: Imaginário; Representações; Memória; Sertão Nordestino.
ST 07- FEITICEIRAS DO SERTÃO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DAS PRÁTICAS E ESTEREÓTIPOS DAS REZADEIRAS NOS SERTÕES BRASILEIROS
Coordenadoras:
Thalyta de Paula Pereira Lima
Mariana Palácio de Melo
As rezadeiras são descritas no imaginário popular como pessoas idosas que possuem dons curativos e são conhecedoras de plantas e orações. Elas representam a multiculturalidade do país, combinando conhecimentos de origens indígenas, africanas e europeias, dispondo de um aparato religioso baseado no catolicismo popular. Seu ofício tem como objetivo extinguir determinadas mazelas espirituais e físicas por meio das benzeduras, dentre estas: "mau-olhado", “ventre-virado”, “espinhela caída”, “carne triada” e “quebranto”. Foram durante certo tempo procuradas pela parcela menos abastada da sociedade, pois representavam em algumas comunidades, um dos poucos recursos de tratamento. Assim, compreendendo a importância dessas figuras no cotidiano dos sertões, objetiva-se discutir suas práticas, rituais e origens no Brasil por meio de uma revisão bibliográfica desde as primeiras mulheres na Colônia até a contemporaneidade. Ademais, interessa à pesquisa compreender os aspectos sociais, culturais, políticos e econômicos presentes na construção de seus estereótipos muitas vezes entrelaçados à bruxaria no Brasil.
Palavras-chave: Rezadeiras; Gênero; Sincretismo religioso;
ST 08- A fluidez dos sertões: práticas, instituições e agentes no Brasil dos séculos XVI a XIX
Coordenadores:
Carmen Alveal – UFRN
Yan Morais – SEDUC/CE
Thiago Dias - UPE
O conceito de sertão vem sendo problematizado há mais de um século. Capistrano de Abreu já indicava a existência dos sertões de dentro e dos sertões de fora, incluindo áreas desconhecidas dos não indígenas no litoral na categoria de sertão. Porém, a palavra sertão também aparece vinculada à ideia geográfica de que seria uma área que se opõe ao litoral, como regiões onde os poderes públicos não estão consolidados. Atualmente, o termo tem sido muito utilizado no plural, mostrando a própria diversidade destes sertões. Tentando abarcar esta pluralidade, este simpósio temático pretende reunir pesquisadores que trabalhem com a categoria sertão/sertões, vinculando às práticas sociais e mesmo comportamentais, ou o estabelecimento de instituições variadas, como a própria escravidão, e a atuação dos agentes nesses espaços. No sentido de perceber mudanças e permanências ao longo dos séculos, são aceitos trabalhos que compreendam desde o século XVI até o final do século XIX.
Palavras chaves: Sertão; instituições; agentes, práticas sociais.
ST 09- GÊNERO, INTERSECCIONALIDADES E FEMINISMOS NOS SERTÕES
Coordenadoras:
Rosemere Olimpio de Santana (UFCG)
Dayane Nascimento Sobreira (UEPB)
Kassia Mota de Sousa (UFCG)
Ana Veiga (UFPB)
O objetivo deste ST é agregar pesquisas e propostas que problematizam as relações de gênero, a história das mulheres e dos feminismos nos Sertões. Logo, as experiências e existências que são construídas em territórios ou paisagens periféricas e nas margens, que acionam sujeitos e questões em torno das mulheres, gênero, sexualidade, feminismos, “raça”, etnia e geração interseccionadas. Essas problemáticas serão pensadas a partir da ideia e do espaço dos sertões entendido não só como espaço físico, mas também político, cultural e social.
Palavras-chave: Gênero; Sertões; interseccionalidade.
ST 10- SERTÕES, SERTANEJOS, HISTÓRIA, LITERATURA E NOVAS LINGUAGENS
Coordenadora:
Silvana Vieira de Sousa (UFCG)
Esse simpósio se propõe a abrigar a discussão e problematização sobre narrativas históricas e literárias sobre sertões e sertanejos à luz da relação entre história e literatura e de ambas com as novas linguagens no contexto atual do ensino e do pensar sobre o meio social o que implica considerar e abrigar diferentes plataformas e meios narrativos expressos em forma de podcasts, poesias, crônicas, mini documentários e outras linguagens afins.
ST 11- COTIDIANO, NARRATIVAS, MEMÓRIAS E REPRESENTAÇÕES SOBRE OS SERTÕES
Coordenador:
Dr. Wescley Rodrigues Dutra
Os sertões, para além de um espaço físico, configura-se como um “espaço discursivo”, forjado por linguagens que dão significado e contribuem para a promoção de identidades. Nessa perspectiva, memórias são agenciadas e representações lapidadas nesse processo de constituição desse espaço narrativo, memorialístico, sentimental e regional. Cinema, literatura, narrativas orais e memórias são alguns dos elementos que contribuem nesse processo de “fabricação discursiva regional”. O Simpósio Temático objetiva possibilitar a discussão de trabalhos que analisem as várias facetas discursivas sobre os sertões, o Nordeste e a Nordestinidade, como também narrativas sobre o cotidiano e as experiências dos sertanejos e sertanejas.
Palavras-Chave: Discurso; Identidade; Sertões.
ST 12- Sertões contemporâneos: possibilidades e desafios no século XXI
Coordenadoras:
Franciely de Lucena Medeiros
Maria Joedna Rodrigues Marques
Entendemos, que os sertões são inúmeros, secos, verdes, calmos e modernos, contrariando, assim, a noção que os definia como distantes da contemporaneidade. Os sertões estão presentes na literatura, cinema, imprensa, novelas, mídias digitais, instituições, nos discursos intelectuais e políticos, de muitos que se voluntariam a escrever/descrever os sertões. Os usos dessas narrativas fomentam o arquivo (FOUCAULT, 2008), constantemente atualizado e reforçado, sendo possível compreender as inserções de terceiros, os conflitos com outras experiências e espacialidades. Enunciamos assim, a pluralidade do que é dito sertão (ALBUQUERQUE JÚNIOR, 2014), pois suas características não se resumem ao oposto da modernidade, enunciar os sertões contemporâneos é um ato político, pois ele parte da premissa que contrariamos o que já foi dito/escrito/visto a seu respeito. Buscamos sob esta ótica, acolher trabalhos que propõem leituras contemporâneas sobre os sertões, a partir das mais diversas possibilidades de investigação. Sejam narrativas literárias, mídias digitais, fotografias, cinema, instituições, produções audiovisuais, entre outros tipos de suportes ou dispositivos que estabelecem definições, compreensões e discursos sobre os sertões.
ST 13- TRADIÇÕES ORAIS (POPULARES) E MEMÓRIA COMO EXPRESSÕES DO SERTÃO NORDESTINO
Coordenadores:
Lucrécio Araújo de Sá Júnior - UFCG
Maria de Lourdes Dionizio Santos - UFCG
A tradição é o universo que tem a memória como o suporte para a transmissão de seus repertórios, mantém a necessária ativação da memória implicando um funcionamento partilhado pelo conjunto de indivíduos de uma sociedade. A sociedade, como enfatiza Zumthor (1997; 2000), precisa da voz de seus contadores, independente das situações concretas em que vive. Mais ainda: no incessante discurso que faz de si mesma, a sociedade precisa de todas as vozes portadoras de mensagens: do canto, tanto quanto da narrativa (ZUMTHOR, 2000, p. 56). O Nordeste brasileiro, em particular o sertão, tem se configurado como um espaço profícuo de criação e produção artística genuína, quer no âmbito da arte popular, quer em outras formas de expressão artística que juntas consolidam a cultura brasileira. Respaldados nesse reconhecimento, buscamos, a partir de uma perspectiva interdisciplinar entre Filosofia e Literatura Oral e outras áreas, promover um espaço que estabeleça o diálogo entre o conhecimento acadêmico e os saberes que fundam a memória e a cultura de nossa sociedade, instrumentalizados com a leitura e discussão de obras da Literatura Popular, no sentido de aprofundar a compreensão dos docentes e discentes em formação acerca dessa Literatura, revitalizando-a, potencializando sua força de resistência e propiciando o conhecimento das tradições orais (populares), bem como a memória, como expressões do sertão nordestino.
Palavras-chave: Tradições orais; Literatura Popular; Memória; Sertão Nordestino.
ST 14– O SERTÃO NÃO FICAVA À MARGEM DA “HISTÓRIA”: ASPECTOS DE CULTURA, SOCIABILIDADE E POLÍTICA (SÉC. XIX - XX)
Coordenadoras:
Maria Larisse Elias da Silva
Universidade Federal Fluminense (UFF)
Ana Elizabete Moreira de Farias
Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
O objetivo deste ST é discutir temas que abordem aspectos relacionados à cultura, sociabilidade e política no sertão, entre os séculos XIX e XX. Este espaço de reflexão pretende reunir propostas que problematizem os diferentes meios de representar o sertão, levando em consideração as interconexões e redes relacionais construídas por sujeitos históricos envolvidos nos três segmentos supracitados. Interessa-nos esmiuçar os olhares em torno de como as culturas eram produzidas, como as sociabilidades sobreviviam no convívio social e como as práticas políticas eram constituídas. Entendemos que o sertão, longe de ser uma “representação” cristalizada por uma parcela de historiadores “clássicos”, era espaço de deslocamentos, de trabalho, de construção de sentimentos e de tormentas. Sendo assim, serão bem-vindos os trabalhos que abordem tais perspectivas e que reflitam sobre a ideia de que o sertão não ficava à margem do litoral.
Palavras-chave: Sertão; Cultura; Sociabilidade; Política, Séculos XIX e XX.
OFICINAS
CORDEL E XILOGRAVURA: SERTÃO INTERARTÍSTICO PLURAL
Coordenadores:
Profa. Dra. Maria de Lourdes Dionizio Santos –– UFCG
Prof. Dr. Lucrécio Araújo de Sá Júnior –– UFCG
Profa. Es. Maria Aldeíde Rodrigues Bezerra –– E.E.E.F.M. Ariano
Vilar Suassuna
A partir da leitura de textos da Literatura Popular, propomo-nos promover um diálogo interartístico entre a Literatura e a Xilogravura, com vistas a ampliar, difundir e revigorar o conhecimento sobre essas modalidades artísticas. Nosso intento justifica-se por entendermos que este diálogo entre essas formas de arte torna-se patente, quando observamos a interseção entre suas expressões, tendo em vista que a Xilogravura comunica, através do seu traço, a essência suscitada pela poesia, cujo entrelaçar de linguagens manifesta a riqueza cultural sertaneja. Neste sentido, encontramos, nessa produção artística diversa, o solo propício para a (re)criação ou (re)invenção da realidade, evocadas pelas imagens que a Literatura Popular e a Xilogravura propiciam, configurando, assim, o universo que desvela e revela o potencial artístico do indivíduo, confirmando o elo entre as diferentes artes que contribuem para a sedimentação da cultura brasileira.
Palavras-chave: Literatura Popular; Cordel; Xilogravura; Cultura.
ITINERÂNCIAS DO CORDEL: EXPERIENCIANDO A CRIAÇÃO LITERÁRIA E A AUTORIA DOS EDUCANDOS NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
Coordenador:
Roberto Ferreira
Esta proposta de oficina direciona-se principalmente para a formação de professores. Propõem discutir a Literatura de Cordel como linguagem no ensino, explorando suas potencialidades didáticas, valorizando a autonomia do estudante na construção do seu conhecimento, o contato com a linguagem artística e a criação poética, experienciando a criação literária na sala de aula. Como estratégia de ação, a ênfase é dada ao processo de escrita criativa, mas sem jamais deixar de trabalhar a historicidade e sua diversidade temática, diante do vasto leque de possibilidades. Neste sentido, busca-se também aprimorar saberes acerca dos aspectos linguísticos, estrutura, musicalidade, ritmo e métrica regular, sempre buscando estabelecer uma conexão com vivências cotidianas, levando sempre em conta a necessidade de dialogar com os saberes sociais dos estudantes. Também intenciona promover a democratização das linguagens artísticas por meio da poesia narrativa e impressa da Literatura de Cordel, que é sem dúvidas uma das mais marcantes manifestações culturais que permanece viva. Para tanto, somando-se ao referencial teórico, a oficina edifica-se no compartilhamento de experiências enquanto professor, poeta e oficineiro, e em recursos diversos – textos, músicas, exercícios e dinâmicas – mobilizando saberes interdisciplinares, e aventurando-se na sua escrita particular, de modo que professores e professoras possam levar para a sala de aula uma estratégia que possibilite vivenciar a criação literária e artísticas na produção do conhecimento e de narrativas de lugar.
Fontes Históricas e Métodos de Pesquisa: Olhares diversos para a produção historiográfica no Sertão
Coordenadores:
Antonio Marcos de Lima
Suzana Alves de Sousa
Esta Oficina tem por objetivo apresentar e identificar fontes históricas diversas que possibilitem novas abordagens para a produção historiográfica. Procuramos com isso promover a socialização de pesquisas em História e áreas afins que queiram debater aspectos da metodologia da pesquisa e a produção historiográfica, focando no que tange ao espaço geográfico definido como Sertão. Pensamos isto, pois acreditamos que compartilhar é condição da vida pública. Entendemos, nesse contexto, que o debate acerca de variáveis fontes como: fotografias, jornais, música, documentos eclesiásticos, inventários, entre outros, possam contribuir com a produção de memórias e identidades dentro dos sertões. Desse modo, procuramos atribuir um papel significativo na ressignificação do passado, por conseguinte em seu entendimento, o qual é sempre atualizado pelas questões do presente. Temos como foco estudantes de graduação de diversas áreas que procurem realizar discussões que problematizem em perspectiva interdisciplinar fontes e sujeitos múltiplos.
Palavras-chave: Fontes Históricas; Métodos de Pesquisa; Sertão.
Os usos da Hemeroteca Digital para a historiografia sobre os sertões: fontes hemerográficas e possibilidades de pesquisa
Coordenadores:
Bianca Ferreira do Nascimento(PPGHC/UFRN)
Gabriel da Silva Freire (PPGHC/UFRN)
Laise Vitória de F. Souza (PPGHC/UFRN)
Propõe uma discussão sobre os usos da Hemeroteca Digital enquanto repositório de fontes para a elaboração de pesquisas em História dos Sertões. A importância de tal repositório para os estudos que envolvem os sertões deve-se ao grande número de impressos reunidos na Hemeroteca Digital, que estão disponíveis a todos os interessados pela pesquisa com fontes hemerográficas, contendo documentação que permite o estudo da História dos Sertões a partir de um viés cultural, político, religioso, científico e historiográfico. Dessa forma, a oficina funcionará como espaço de mediação entre os pesquisadores e o material disponível na hemeroteca, estruturando-se da seguinte forma: primeiro dia haverá uma discussão teórico-metodológica sobre o uso de fontes hemerográficas nas pesquisas em História, com foco nas possibilidades de pesquisa em História dos Sertões; segundo dia haverá a proposição de uma atividade prática relacionada ao uso da Hemeroteca Digital e a análise de fontes hemerográficas que tratem de sertões.
Palavras-chave: Fontes; Hemeroteca Digital; Pesquisa; Sertões
Persistências indígenas e contrahistórias no sertão paraibano
Coordenadores:
Karuá Tapuia-Tarairiú
Yuri Harisson Lira Kariri
Takamara Kariri Tapuia-Tarairiú
Algumas análises construídas a partir de fontes históricas defendem que os sertões passaram por um processo de esvaziamento das populações originárias. Nesse contexto, o capital-colonial promove uma série de classificações etnocidas como o Caboclo, o Cabra e o Pardo. Por meio de cartas topográficas, de documentos das sesmarias e das narrativas orais presentes até hoje em comunidades rurais e urbanas nos sertões, conseguimos evidenciar a presença de populações indígenas em seus territórios desde o contexto da invasão colonial, contrapondo teses como a do vazio populacional e a da impossibilidade de vivência com o semiárido. Propomos essa oficina vinculada a construção de contrahistórias sobre os Tarairiú no Sertão Paraibano, bem como com as demais populações indígenas do semiárido, proporcionando aos participantes um arcabouço crítico sobre a presença originária nos sertões, corroborando com iniciativas de ensino vinculadas a lei 11.645/2008, com vistas especiais ao contexto local no interior paraibano.
Palavras-Chave: Tarairiú; Vale do Sabugi; Antropologia Histórica;Contrahistoria.
Desafios e possibilidades para um estudo da Ditadura Militar nos sertões da Paraíba
Coordenadores:
Paula Carolina Firmino de Lima (PPGH-UFPB)
Victor da Rocha Silva Júnior (PPGH-UFPB)
Nas últimas décadas, diversos trabalhos surgem com a missão de entender como se deu a Ditadura Militar no Brasil, entretanto, observamos uma verdadeira carência no que se refere à existência de trabalhos envolvendo análises sobre este período, que abrange de 1964 à 1985, para além das capitais e dos grandes centros urbanos. Esta oficina, se munindo de metodologias como a História Oral e Documental, tem por objetivo refletir os desafios e possibilidades em torno de estudos acerca da Ditadura Militar nos sertões da Paraíba, entendendo que a construção de uma historiografia mais diversa e plural sobre os mais variados períodos da nossa história deve ser um dentre os vários outros compromissos que precisamos assumir no ofício de historiador. Assim, se destina a todos aqueles e aquelas que têm interesse no tema do Regime Militar e nas problemáticas envolvendo a espacialidade, tal como a história regional.
Palavras-chaves: Ditadura Militar; História Oral; Documental; Sertões.
CAVALO MARINHO BOI DE OURO
Coordenador:
Ademilton Barros da Silva
O Cavalo Marinho Boi de Ouro é caracterizado como “brinquedo popular”, se organiza com um banco de músicos, que tocam e cantam para entrada, saída e apresentação de “figuras”, que são personagens que cantam e dançam diferentes histórias. Sendo este, em dezembro de 2014, instituído como Patrimônio Cultural do Brasil. O Cavalo Marinho Boi de Ouro situado na cidade de Pedras de Fogo tem uma forma particular diferente dos Cavalos Marinhos das outras localidades, uma vez que neste acentua-se ainda mais no jeito de tocar o pandeiro em uma forma mais compassada, nos trupes a sua execução é mais enraizada, fazendo do trupé a base para a brincadeira. Além disso, o enredo de algumas loas, toadas e entradas de “figuras” apresentam situações, dizeres e personagens da cultura rural. São as situações vividas no cotidiano dos trabalhadores rurais da zona canavieira e suas negociações nas empreitadas com os seus patrões, que no Cavalo Marinho se tornam “puías” e esquetes (pequenas cenas) de situações engraçadas sobre a esperteza das negociações entre patrão e empregado.
Paisagens e pessoas do sertão: registros fotográficos da cidade de Cajazeiras
Coordenadores:
Janaína Valéria Pinto
Marcelo Paes de Carvalho
Sileno Siqueira Bayde Filho
Colaboradora:
Maria Teresa Ferreira de
Oliveira Filho
A presente proposta visa a realização de uma oficina de fotografia a ser desenvolvida na XIII Semana de História, que será coordenada e ministrada pela Prof. Dra Janaína Valéria Pinto Camilo e pelo cineasta Marcelo Paes de Carvalho, contando ainda com a participação dos alunos extensionistas do projeto “Preservando a Memória: salvaguarda dos documentos sobre a história de Deusdetit Leitão arquivadas no IHGP” (PROBEX/UFCG), representados pela discente Maria Teresa Ferreira de Oliveira Filho e do mesmo projeto, o colaborador e artista visual Sileno Siqueira Bayde Filho. A ideia dessa oficina surgiu do Projeto de Extensão: Preservando a memória: salvaguarda dos documentos sobre a história de Deusdedit Leitão arquivadas no IHGP, destinada a fotografia e digitalizaçãodos documentos históricos de Deusdedit Leitão, figura que dá nome ao Núcleo de Documentação Histórica do CFP/UFCG. Nesta oficina, planeja-se que tenha uma parte teórica sobre “a imagem como representação” e a “história da fotografia”, e uma outra prática que será desenvolvida por meio do registro fotográfico de diferentes lugares e pessoas da cidade de Cajazeiras. Estas fotografias serão selecionadas para comporem uma exposição, com o mesmo nome da oficina, sendo a terceira e última parte desta proposta. Esta oficina será destinada ao público em geral, principalmente, alunos e alunas da UFCG e professores e professoras da rede pública da cidade de Cajazeiras.
A REPRESENTAÇÃO DO MOVIMENTO DO CANGAÇO NOS LIVROS DIDÁTICOS
Coordenadoras:
Maria Tereza de Melo Cavalcanti
Rayane Barbosa de Almeida
O Cangaço, fenômeno histórico dos sertões nordestinos no início do século XX, foi caracterizado pela formação de grupos de bandoleiros que viviam uma vida de território em movimento, realizando ações como assaltos, confrontos com a polícia, construção de relações com a população local e o coito. No contexto educacional, a representação do Cangaço nos livros didáticos foi marcada, durante muitas décadas, por uma perspectiva estereotipada, simplista e romantizada, distorcendo a compreensão dos eventos e dos grupos envolvidos, como, por exemplo, a violência. Portanto, a oficina tem como intento trazer as inovações dessa abordagem, apresentando os cangaceiros como personagens multifacetados, influenciados por fatores socioeconômicos e políticos, como as questões das secas, da desigualdade social e do coronelismo. Essa transformação na representação do Cangaço nos livros didáticos proporciona aos estudantes uma compreensão crítica desse movimento histórico, permitindo uma visão ampla acerca das múltiplas perspectivas envolvidas, promovendo uma educação plural, reflexiva e contextualizada.
Palavras-Chave: Cangaço; Livros Didáticos; História.
A Botija: o teatro de sombra como ferramenta para a construção cênica
Coordenadora:
Lúcia Priscila Mangueira Tavares
Apresentação do vídeo “A Botija”, resultado da pesquisa de PIBIC intitulada “CORDEL: SUAS FORMAS EM EXPRESSÃO PARA CENA”, realizada na UnB (Universidade de Brasília). Uma pesquisa que se ramificou em pensamentos, ideias e ações no fazer artístico, acadêmico e profissional da pesquisadora. O cordel, a narrativa, a luz, o teatro de sombras, toda construção de cenas compartilhadas e suas reverberações. Em seguida a confecção de silhuetas para o teatro sombras, junto com a utilização delas em cena: como manusear, a interação com a luz, a sombra, o texto e o ator-animador (a).
Palavras-chave: Cordel; Teatro de sombras; Transdisciplinaridade; Narrativa; Colaboração.
MINICURSOS
“O sertão está em toda parte”: Sertão/ Sertões e suas culturas na contemporaneidade
Coordenadores:
Franciel dos Santos Rodrigues (UFCG)
Ivo Fernandes de Sousa (UFCG)
Esse minicurso possui o objetivo de caminhar pelas veredas dos mais diversos espaços sertanejos para problematizar as representações e os discursos desse espaço regional, político e cultural a partir das suas tradições culturais e das suas mais diversas manifestações, pensando como essas tradições conceituadas como “populares” convivem, e adaptam e se ressignificam na contemporaneidade, essa, que esta presente nos sertões. Nesse sentido, pensaremos os sertões não como um espaço inventado a partir da imagem da pobreza e seca, mas os sertões que acompanha a contemporaneidade do mundo, juntamente com suas tradições culturais, devoções religiosas e práticas regionais que constroem a identidade dos sertanejos fincando seu lugar na história.
Palavras-chaves: Sertão; identidades; Cultura Popular.
As múltiplas facetas do sertão nordestino em Rachel de Queiroz: uma análise do romance “O Quinze”
Coordenadores:
Esp. Rian Lucas da Silva (UFPI)
Dra. Edilane Rodrigues Bento Moreira (UFPE)
Este minicurso buscará discutir alguns elementos que se encontram imersos no sertão nordestino materializado na literatura regionalista cearense de Rachel de Queiroz, no romance “O Quinze”. Isso posto, serão explorados temas diversos, a exemplo da seca (destacando a dramaticidade e as tensões vividas pelos personagens, bem como as suas misérias); as trajetórias migratórias (que marcam um ciclo de saída de um lugar a outro em busca de melhores condições de vida para si e para sua família); por último, a questão da religiosidade (o foco da fé do sertanejo como um recurso consolador perante as adversidades e problemáticas). Para realizar essas ponderações, serão explorados excertos da obra aqui tomada como objeto de análise, com o fito de comprovar as afirmativas que serão construídas. Por fim, as discussões se amparam em alguns autores recentes, como Cattapan (2010), Arruda (2011), Lobato e Pereira (2011), Santos (2016) e Lima (2019), etc.
Palavras-chave: Sertão; Literatura cearense; Rachel de Queiroz; O Quinze.
Ensino de História e Educação Patrimonial: Propostas e práticas de vivência histórica no Sertão
Coordenador:
Djalma Luiz do Nascimento Dantas
O presente minicurso foi planejado para possibilitar o debate e formação de estudantes da graduação e professores da Educação Básica de História, sobre a necessidade de buscar mecanismos teóricos e metodológicos para aproximar os alunos da vivência histórica para além da sala de aula, compreendendo que a BNCC e os PCN’s oferecem suportes legais para o trabalho com ações educacionais em Educação Patrimonial. Tendo em vista em seus postulados, a Educação Patrimonial propõe, em suas práticas metodológicas, oportunizar o aprendizado da História a partir dos patrimônios históricos que os cercam, fortalecendo as relações de ensino e aprendizagem histórica. Acreditamos que ao final minicurso os participantes possam passar a problematizar a vivência dos alunos e do seu lugar, como possibilidades de saberes históricos por meio da Educação Patrimonial dar voz às narrativas históricas para além do espaço escolar.
Palavras-chave: Ensino de História; Educação Patrimonial; vivência histórica; lugar; metodologias.
O fato e a fábula nas narrativas orais: passados, subjetividades e sensibilidades
Coordenadores:
Benedito Renan Bezerra de Brito
Maria Letícia Costa Viera
O minicurso tem como objetivo explorar a natureza complexa das narrativas orais, particularmente a relação entre o que é factual e o que é ficcional em tais narrativas. Através de exemplos de diferentes culturas e tradições, o curso examinará como as narrativas orais moldam e refletem nossas compreensões do passado, bem como nossas subjetividades e sensibilidades no presente. Serão explorados temas como a relação entre história e mito, a função social das narrativas orais, a interpretação das histórias de acordo com o contexto cultural e a função dos contadores de histórias nas culturas sertanejas. Será conduzido através de uma combinação de palestras e discussões em grupo, que permitirão aos participantes desenvolver habilidades em contação de histórias e análise crítica de narrativas orais. Além disso, serão fornecidos recursos bibliográficos para continuar explorando o tema após o término do curso. O público-alvo do curso inclui estudantes de graduação e pós-graduação em áreas relacionadas a estudos culturais, antropologia, história, literatura e comunicação, bem como profissionais que trabalham com narrativas orais.
Palavras-chave: Narrativas orais; Subjetividades, Sensibilidades; Culturas sertanejas
História & Música nos sertões: do Baião ao Rock ‘n’ Roll
Coordenadores:
José Cunha Lima - Mestre pelo PPGH/UFPB
Francisco Didier Guedes Albuquerque Junior - Mestrando pelo PPGH/UFRN
O presente minicurso tem por objetivo discutir os entrecruzamentos entre a História e a Música no recorte espacial e sonoro dos sertões do Nordeste brasileiro. Pensando os sertões em sua natureza polissêmica e multifacetada, pretende-se refletir sobre os processos históricos, as formações socioculturais, as linguagens técnico-estéticas e as representações das práticas musicais experienciadas no eixo da cultura dos sertões, da mencionada Região. Nesse compasso, partindo dos aspectos teóricos e metodológicos que são inerentes a essa temática interdisciplinar, será utilizado como aporte os estudos desenvolvidos por: ALBUQUERQUE JR, 2014; ARAÚJO, 2010; MORAES, 2000; NAPOLITANO, 2002; TINHORÃO, 1997 e 1998. Portanto, propõe-se pensar sobre a pluralidade de gêneros musicais desse espaço (Baião, Repente Sertanejo, Forró, Música “Cafona”, Jovem Guarda, Rock) e das suas respectivas possibilidades de pesquisas histórico-musicais.
ABORDAGENS ECOCRÍTICAS DO SERTÃO: HISTÓRIA, LITERATURA E MEIO AMBIENTE EM PERSPECTIVA
Coordenador:
Prof. Dr. Ferdinando de Oliveira Figueirêdo (UEPB)
A literatura propõe diálogos eficientes entre ficção e registro histórico, envolvendo o caráter social existente na realidade presente nas obras. O sertão, por sua vez, tornou-se um efetivo espaço sócio-histórico para a elaboração de produções importantes da literatura brasileira conferidas desde O Sertanejo (1875), do cearense José de Alencar, até a mais recente Dona Josefa (2019), da paulistana Ana Luísa Escorel, que, respectivamente, são textos que empregam o panorama histórico do sertão nordestino e mineiro para a sua realização. Soma-se, a isso, o campo da Ecocrítica como uma importante ferramenta analítica sobre como os indivíduos estabelecem suas conexões com o natural que, no caso, são influenciados pelas mazelas das épocas retratadas, como a seca. Portanto, esse minicurso propõe desenvolver estudos sobre produtos literários que representam a temática do sertão mediante as condições históricas que contribuíram para o estabelecimento das relações entre o homem e a natureza ilustradas nestes escritos.
Palavras-chave: Ecocrítica; História; Literatura; Meio Ambiente; Sertão.
História dos intelectuais, inteletuais nos sertões: percursos metodológicos para uma escrita historiográfica
Coordenadores:
Prof. Dr. Francisco Firmino Sales Neto (UFCG)
Prof. Me. Ewerton Wirlley Silva Barros (Doutorando em História / UFRGS)
Profa. Ma. Maria Joedna Rodrigues Marques (Doutoranda em História / UFRN)
O objetivo deste minicurso é apresentar os estudos da história dos intelectuais como possibilidade metodológica do ofício historiográfico, bem como refletir de modo panorâmico as principais categorias de análise que fazem parte desse debate. No primeiro encontro, iremos examinar a emergência dos estudos da história intelectual, problematizando quem são esses sujeitos e as suas funções na sociedade. Ao pensarmos a sociedade como um conceito polissêmico, teremos os sertões como enfoque espacial, refletindo quem pensa e como pensam tais sertões por intermédio das proposições de Lima. Em seguida, investigaremos os modos em que esses intelectuais interagem, partindo dos conceitos de circulações de ideias e de campos, apontados por Bourdieu, e de redes nas percepções de Sirinelli e de Maíz. No último encontro, partiremos de uma postura metodológica, tendo como eixo norteador como escrever uma história intelectual. Em termos práticos, examinaremos os espaços biográficos apresentados por Arfuch e as suas possibilidades para uma pesquisa historiográfica.
Palavras-chave: História dos intelectuais; História dos sertões; Intelectuais nos sertões; Teoria da história; Metodologia científica.
REPRESENTAÇÕES DO IMAGINÁRIO SERTANEJO NORDESTINO ATRAVÉS DA POÉTICA POPULAR
Coordenadores:
José Ferreira Júnior
Janaina Freire Dos Santos
A poética popular, expressada através do repente de viola, do folheto de cordel e da declamação, são vias por que é representado o Sertão nordestino. A representação do Sertão através de versos pode-se afirmar ser recorrente e conhecida. Esta representação traz em si elementos de identidade tida como sertaneja, que pode se revelar, conforme Castell (2018), legitimadora, de resistência ou de projeto, ou seja, conforme Weber (2010), uma ação social racional que visa a um fim, que decorre de um imaginário (PESAVENTO, 2008) multifacetado, depositário de memória capaz de conservar certas informações, que segundo Le Goff (2013), fazem parte de um conjunto de funções psíquicas. Este minicurso objetiva discutir acerca do uso e da forma de uso da poesia popular na representação do imaginário sertanejo nordestino.
Palavras-chave: poética popular; sertão nordestino; imaginário; memória; representação.
Descentralizando as vozes que dizem os sertões: a História Oral como ferramenta de construção de novos olhares sobre os sertões
Coordenadoras:
Ana Sara Cordeiro de Almeida
Mestranda em História (UFRN)
Cleidiane de Araújo Oliveira
Mestranda em História (UFRN)
O minicurso tem como norte trazer reflexões sobre a utilização da História Oral na escrita de novas histórias dos sertões. Visa então discutir esta metodologia como ferramenta que abre novas possibilidades para conhecer espaços, dinâmicas e sujeitos silenciados pela historiografia de matriz europeia. Nessa perspectiva, a oralidade e as memórias mobilizadas por sujeitos comuns nos levam a refletir sobre como a memória está inserida no tempo e na história (LE GOFF, 1990). Dessa forma, este será um espaço que tem como objetivo discutirmos a metodologia da História Oral, suas especificidades e potencialidades para o desbravamento de memórias plurais na construção de histórias dos sertões. Com esse intuito, o minicurso será dividido em dois encontros, no primeiro momento daremos ênfase à História Oral como metodologia, suas especificidades e usos, e no segundo dia refletiremos sobre os caminhos e possibilidades em pesquisas nos e sobre os sertões.
Palavras-chave: História Oral; Sertões; Memória.
FONTES PARA A PESQUISA EM HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
Coordenadoras:
Laiza Fernanda de Farias
Marecilda Bezerra de Araujo
O minicurso em questão tem como objetivo principal trabalhar com o manejo de fontes para a História da Educação utilizando-se da temática o contexto do Sertão. Logo, com a ampliação do uso e análise de documentos dentro da História a partir da década de 1980, compreende-se que esse processo acabou trazendo para os pesquisadores não só desse campo de estudos, mas também dentro da educação, a possibilidade de problematizar as suas atividades ao longo da história do Brasil. Neste sentido, as atividades propostas na realização desse minicurso estão direcionadas para orientar os participantes nas leituras, seriação e narrativas que eles podem fazer a partir de fontes utilizadas dentro da História da educação, já que estamos nos referindo a produção de materiais que vão desde revistas e encartes pedagógicos, planos de aula, decretos, leis, atas e relatórios governamentais que também não deixaram de serem produzidos nos sertões do país em seu próprio contexto.
Palavras-chave: Fontes; História da Educação; Sertão.
DE ARUANDA AO CINEMA PARAIBANO CONTEMPORÂNEO: AS METAMORFOSES DO NORDESTE NO CINEMA NACIONAL (1959-2018)
Coordenador:
Bruno Wesley Soares da Costa Araújo
O encontro pretende problematizar as imagens construídas sobre o Nordeste e o Sertão brasileiro no Cinema Nacional. O marco espacial-temporal parte dos próprios filmes. Assim, tomo como ponto de partida a obra Aruanda, de Linduarte Noronha (1959), e os filmes produzidos no seio do movimento de interiorização do cinema Paraibano, originados no Laboratório Paraibano para Jovens Roteiristas – Jabre, no século XXI. Tendo este recorte fílmico e temporal-espacial mais geral, busco conduzir o diálogo a partir do Cinema Novo, os ciclos regionais, o cinema da retomada dos anos 1990 e, mais especificamente, as produções contemporâneas do cinema paraibano por sertanejos e sertanejas formados no Jabre. O que urde nossa proposta são as metamorfoses e das imagens do Nordeste-Sertão operacionalizadas ao longo de nossa história cinematográfica recente. A partir deste mosaico, pretendo oferecer subsídios teóricos para aqueles que desenvolvem pesquisa na área da sétima arte.
Palavras-Chave: Nordeste; Sertão; Cinema Novo; Cinema Paraibano.
A vaquejada e o fortalecimento de vínculos identitários da cultura local: uma proposta pedagógica da EEMTI Monsenhor Horácio Teixeira (Baixio-CE) para os componentes eletivos do novo ensino médio no Estado do Ceará
Coordenador:
Joelson Ramalho Rolim
O sertão representa o berço do vaqueiro através de sua fé e sua mística transcendental, pelo trabalho e sobrevivência, pela identidade - pertencimento e resistência aos dilemas sociais, econômicos e políticos enfrentados no transcurso do tempo. A E.E.M.T.I Monsenhor Horácio Teixeira (Baixio-CE) propôs uma experiência desenvolvida no pioneirismo e autenticidade dessa cultura genuína cravada no semiárido acoplada ao novo ensino médio (em sua plataforma integral). O vaqueiro resplandece sua cultura do contexto literal ao chão do curral, dos recursos audiovisuais às pistas de vaquejada perante: o esporte e suas regras no transcurso do tempo, seus personagens, a locução e o julgador, a medicina veterinária integrada a proteção- zelo e cuidado animal, gerenciamento de fazenda- produção leiteira e o trabalho no estábulo. Como também, organização de eventos de pequeno, médio e grande porte, financiamentos e investimentos (estrutura/ infraestrutura nos circuitos e atividades esportivas) em pistas de corrida, parques e arenas.
Palavras-chaves: Vaqueiro; Sertão; Cultura; Educação; Inovação.
MULHERES CANGACEIRAS: MEMÓRIAS E REPRESENTAÇÕES FEMININAS SOBRE O CANGAÇO
Coordenador:
Dr. Wescley Rodrigues Dutra
(UFCG/Faculdade Católica da Paraíba)
Por muito tempo o cangaço foi compreendido como um movimento eminentemente masculino, que representava a masculinidade, a valentia, a força e a virilidade. No entanto, a década de 1930 possibilitou a entrada das mulheres no cotidiano cangaceiro. Essa experiência deu-se, especificamente, no bando de Lampião, no último ciclo do cangaceirismo nos sertões do Nordeste brasileiro. As mulheres que sobreviveram ao cangaço, durante a segunda metade do século XX, narraram muito do cotidiano daquela vida nas caatingas sertanejas. Apesar de serem representadas como guerreiras, a maioria deixa transparecer nas narrativas episódios de sofrimento, demonstrando como o patriarcado estruturava as relações dentro do cangaço. Pretende-se abordar no presente curso as memórias e experiências dessas mulheres a partir das suas narrativas.
Palavras-Chave: Cangaço; Cangaceiras; Memórias.
Entre grafias e dados: a escrita histórica a partir de fontes manuscritas
Coordenadoras:
Alanna Soares de Morais (Mestranda PPGH - UFPB)
Hava Mariana de Oliveira Santana (Mestranda PPGH - UFCG)
O presente minicurso propõe-se a apresentar aos participantes fontes manuscritas produzidas no sertão paraibano pertencentes aos séculos XVIII e XIX, que abarcam inventários post mortem, testamentos, escrituras públicas, procurações etc. Pensando estas fontes como instrumentos importantes para o fazer histórico do e nos sertões, pretende-se trabalhar formas possíveis de leitura e análise da documentação que versam para além do que está escrito, que deixam falar sobre quem a produziu, sob quais contextos, e visando cumprir quais objetivos. Portanto, tem-se como intuito aproximar os estudantes/pesquisadores dessas fontes encontradas em arquivos judiciais e cartoriais, bem como demonstrar formas possíveis de se trabalhar com estas. Visando não apenas a utilização da documentação enquanto fonte de pesquisa, mas também com o trato documental, discorrendo sobre a paleografia analítica e métodos de trabalho - leitura e produção de fichas de exploração de dados.
Palavras-chave: Fontes Históricas; Metodologia Histórica; Sertões.
A redefinição dos “sertões” pelo movimento sanitarista na Primeira República
Coordenador:
Rafael Nóbrega Araújo – PPGH/UFPE
Nas duas últimas décadas da Primeira República a segunda fase do movimento sanitarista apresentou como elemento fundamental a ênfase no saneamento rural, notadamente o combate às endemias rurais, a partir da “descoberta dos sertões”, caracterizados pelos seus habitantes abandonados e doentes, destacando a possibilidade de curá-los e integrá-los à comunidade nacional. Nesse sentido, a reforma sanitária se colocava como uma alternativa para a construção da nação ao recusar o papel determinismo racial e climático, donde a campanha pelo saneamento dos “sertões” teve um papel central e prolongado na reconstrução da identidade nacional através da identificação da doença como elemento distintivo da condição de ser brasileiro. Dessa forma, este minicurso se propõe a apresentar o debate em torno da redefinição do que seriam os “sertões” brasileiros pelo movimento sanitarista, propondo reflexões teóricas e metodológicas em relação à abordagem da questão da saúde pública na Primeira República.
Palavras-chave: Saúde Pública; Sanitarismo; Primeira República; Saneamento Rural.
LEITURAS E INFERÊNCIAS SOBRE OBRAS DA LITERATURA POPULAR
Coordenadores:
Profa. Dra. Maria de Lourdes Dionizio Santos (UFCG)
Prof. Dr. Lucrécio Araújo de Sá Júnior (UFCG)
Profa. Es. Maria Aldeíde Rodrigues Bezerra (E.E.E.F.M. Ariano Vilar Suassuna)
Trata-se de uma proposta de leituras de obras da Literatura Popular cuja abordagem visa estabelecer uma perspectiva interdisciplinar entre Literatura e outros campos dos saberes, com o intuito de aprimorar o conhecimento do público sobre a modalidade artística. Dessa forma, instrumentalizados em leituras do romanceiro e do cancioneiro tradicionais, instigaremos debates sobre questões e temáticas pertinentes à realidade, suscitadas pelas leituras das referidas obras. Destarte, contribuímos, de modo efetivo, para a formação do público, potencializando a recepção e a difusão dessa poética, tendo em vista que a Literatura Popular, em suas diversas formas de expressão, é de relevante importância a ser estudada, haja vista sua repercussão no imaginário coletivo propiciar reverberações dessa poética transmitidas a sucessivas gerações, mantendo seu poder de resistência, bem como sua permanência no Sertão Nordestino.
Palavras-chave: Literatura Popular; memória coletiva; arte e resistência.